O furor das séries espanholas
Nunca fui uma pessoa que visse muitas séries ou que ficasse horas colada ao ecrã quando saía uma temporada nova, mas confesso que a nova “moda” das séries espanholas está a mudar um bocadinho os meus hábitos.
Não sei se a Netflix só começou agora reparar na qualidade das produções cinematográficas do país vizinho, ou se estas, efetivamente, tiveram um grande investimento nos últimos anos; o facto é que quando se fala em séries, nos últimos tempos, a maioria são espanholas. Não que as séries “tradicionalmente” britânicas e/ou americanas tivessem perdido a qualidade, mas as espanholas estão a fazer-lhes frente.
Lembro-me, há 3 anos, que quando La Casa de Papel estreou em Portugal não liguei nenhuma, acho que porque era uma série não britânica e/ou americana, o que, a meu ver, era estranho. Só passado mais de um ano é que eu assisti e fiquei presa ao ecrã. O conceito está tão bem pensado e inesperado que não há quem fique indiferente à qualidade da série. É, sem dúvida, a série que mais calores me provoca e em que o meu coração fica a bater mais rápido (o mais grave é que tudo isto é no sentido literal).
Mais tarde, o furor foi Elite. Também demorei a assistir, porque achava que era mais uma típica série de High School. Além de ser também super viciante e tratar de temas ditos mais sensíveis e que causam preconceito, os atores também causaram grande furor. E isto também considero como uma das razões que tem prendido as pessoas e despertado a sua curiosidade: o facto de algumas séries terem em comum vários atores e ganhar-se carinho por elas.
A série que mais me desiludiu foi Toy Boy e, pelas reviews que vejo, muitas pessoas concordam comigo. Puxou-me bastante ao início, e acho que a todas as raparigas, pelos atores masculinos que entram; mas acabou por se tornar aborrecida e previsível, além da duração demasiado longa dos episódios. O conceito está ótimo, mas foi muito mal explorado.
A última série que vi, e ainda me encontro a ver, e que não vejo qualquer tipo de fama/reconhecimento, pelo menos em Portugal, dada a incrível qualidade que tem, é As Telefonistas. Acontece há cerca de 90 anos numa época de enormes desigualdades de género e da emancipação feminina. Todas as intrigas e romances que compõem a série tornam-na especial, diferente e, sobretudo, cosy. Mais que recomendo.
Oiço bastante falar de Vis a Vis, e confesso que ainda não dei oportunidade à série, pois vi um episódio e não me puxou muito. Outras séries que tenho na “A minha Lista” foram aconselhadas por algumas amigas: Gran Hotel, Kalifat e Valéria.
A maior diferença que sinto é que, independentemente do tema da série, sendo espanhola, o meu interesse em ver aumenta imenso.
De vez em quando questiono-me, em conjunto com as minhas amigas, porque é que Portugal não tem produções desta qualidade, ou não investe em tal, quando existem países que também não são conhecidos pelas suas produções cinematográficas e lançam séries/filmes que estão "tão na moda". Como exemplo, o filme turco que mais recentemente causou furor: “O Milagre da Cela 7”.
Carolina.